"O rei de Flandres, na Holanda do século XII, é considerado o santo protetor dos cervejeiros."
São Grambinus
Sábado
de manhã, na Grand Place de Tornai tinha
uma feira enorme de roupas, sapatos de gosto bem duvidoso. Demos uma volta e já
ansiosamente partimos para a abadia de São Sisto de Westvleteren, em direção a
cerveja considerada senão a melhor, uma das melhores do mundo.
Desde o
seu início em 1839, sempre teve a menor produção entre as cervejarias
trapistas. Os monges vendem as cervejas, na porta da abadia, mediante reserva
telefônica e a informação do número da placa do carro, e dizem, que mesmo assim de
má vontade, como se quisessem enfatizar o fato de que produzem cervejas para
que possam rezar, em lugar de rezarem para que consigam vender suas cervejas.
Mas enfim, as cervejas são consideradas tão boas que é aconselhável bebe-las rezando...
O
restaurante-bar da abadia estava bastante cheio, era sábado e
muitos belgas de outros lugares da Bélgica aproveitam o dia e vão até lá para
almoçarem e fazer um programa de fim de semana. Sentamos em uma mesa do lado de
dois casais belgas e acabamos conversando bastante. Eles surpresos, dois
brasileiros por ali vindos de tão longe...Claro que eles ficam curiosos em
saber mais a respeito do Brasil, e em particular do Rio de Janeiro. E não tem
outra coisa diferente para se dizer das maravilhas naturais do Rio: praia,
montanha, clima etcetc...até que vem a pergunta fatal e não era a primeira vez
que tinham me feito: mas é seguro para irmos até lá por conta própria? Vem
um monte de coisa na minha cabeça, passam alguns segundos antes
de responder de uma maneira sincera, e de uma forma meio triste, que o ideal seria através de uma excursão pelo menos da primeira vez, para um
reconhecimento das peculiaridades que o nosso país apresenta...
Após o
ritual de tomarmos as três cervejas: a Blond 5,8%, a Extra 8% e a Westvleteren abt 12 com teor alc. de 10,2%, todas muito especiais, nos
despedimos e eles nos aconselharam a passar pela cervejaria Sint Bernardus a
apenas 10 minutos dali e que fabricavam cervejas muito similares a St. Sixtus.
Foi o nosso próximo destino...
Venda da cerveja somente com reserva... |
3,70$ - 4,20$ - 4,70$E respectivamente... De graça em comparação com os preços daqui de fora, quando se acha |
A
cervejaria Sint Bernardus deslanchou depois da segunda guerra mundial, em 1946,
quando começou a produzir a linha de cervejas St. Sixtus para o mosteiro trapista Westvleteren até 1992 quando o
contrato expirou. Pouco depois os trapistas entraram com um processo contra a
cervejaria por continuar usando o nome St. Sixtus e a imagem do monge nos
rótulos. Dizem que depois que perdeu, a cervejaria St. Bernardus já mudou de rótulo umas cinco
vezes...
Tem uma
pousada ao lado da cervejaria. Estacionamos o carro e nos apresentamos na
recepção, falamos que a gente estava de passagem e paramos apenas para
conhecer. A senhora que nos recebeu, bastante receptiva, se desculpou dizendo
que o hotel estava lotado, não tinha mais vaga e perguntou se não queríamos
entrar e tomar uma cerveja. Já que ela insiste...
Uma de cada vez, por favor! |
Maior conforto, na recepção da pousada |
Ela fala um pouco de português... |
Ele não fala nada de polonês... |
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