segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Bruxelas...Como Tudo começou!


William Shakespeare


"Um pouco de cerveja é um prato para um rei."
William Shakespeare







Tudo começou há mais de quinze anos atrás quando eu e minha mulher fomos pela primeira vez à Bélgica e fomos apresentados àquela quantidade e variedade de cervejas. Sentávamos no bar no cair da tarde e víamos senhoras respeitáveis que ao invés de estarem tomando o chá das cinco tomavam...cerveja. Cada um com seu copo característico e sabores os mais diferentes. Não sabíamos nem por onde começar e até então, o termo “trappist beer” era por nós desconhecidos. Feito por monges, é? Que interessante!

Xavier Depuydt
O tempo passou e abriu um bar na Barra da Tijuca de um belga com cervejas belgas das mais variadas e começamos a frequentar e a aprender com o Xavier Depuydt (esse belga já abrasileirado, acariocado com seu jeito típico) ensinando as características de cada cerveja, como tomar, como harmonizar e a nos divertir com as sua histórias...Não tinha como deixar de rir quando ele extremamente contrariado reclamava dos bebedores de cerveja do fim de semana que chegavam no bar e pediam a cerveja super-gelada e sem colarinho. Ele se recusava a servir assim, e o cara acabava indo embora chateado e ele mais ainda! Enfim, ele foi um dos responsáveis pelo nosso interesse por essas cervejas, e tenho certeza que graças à ele uma série de pessoas passaram a se interessar pelo assunto também.

Grand Place
Por tudo isso, nós que há muito tempo pensávamos em fazer um tour de cerveja, tiramos alguns dias (menos do que pretendíamos) e partimos para a Bélgica para fazer esse trajeto escolhendo algumas cervejarias e bares pelo país. Como não tínhamos exatamente o roteiro pronto e quanto tempo ficaríamos em cada lugar, decidimos que não íamos agendar nenhuma visita específica, apenas iríamos e pronto! Assim foi feito e claro, o ponto de partida foi Bruxelas.

Não precisa nem dizer que andar pela Grand Place e cercanias comendo o autêntico chocolate belga, tirar foto com a estátua do menino fazendo xixi, entrar na loja do Tintin, mesmo pra gente que já conhecia, acabam se tornando programas obrigatórios e prazerosos, um aquecimento para as paradas que viriam a seguir.

Começamos pelo bar Poechenellekelder, que fica quase em frente a fonte Manneken Pis. Eram 11 horas da manhã, o bar há pouco aberto, as pessoas ainda tomando café! O corpo ainda com o relógio biológico meio confuso, afinal tínhamos chegado exatamente naquele dia às sete da manhã, não estávamos preparados ainda para começar a tomar cerveja. Mas mesmo assim entramos munidos pela curiosidade que foi plenamente justificada quando nos deparamos com aquele ambiente interessante e cheio de histórias. O bar possui dois ambientes, um em cima e outro onde uma escada leva  a um lugar com uma decoração típica, como se fosse um teatro e com alguns bonecos ocupando mesas. Tiramos algumas fotos e combinamos que mais tarde voltaríamos, o que acabou não se concretizando. De qualquer maneira está anotado e faço questão de voltar em um futuro próximo...pela terceira vez! Na primeira, era 31 de dezembro e estava fechado! Essa foi a segunda...

Bar Poechenellekelder

Depois de bater perna na região, demos de frente com o famoso bar La Mort Subite, um magnífico bar em estilo Art Nouveau. O estabelecimento foi fundado em 1910, por Theophile Vossen, com o nome "La Cour Royale". O nome Morte Súbita nasceu em 1928. Era um bar bastante frequentado por funcionários de um banco que havia por perto e jogavam um jogo de cartas chamado 421, quando em um dia um dos jogadores ao perder, exclamou: - foi morte súbita. O termo pegou, mudando não só o nome do estabelecimento, como passou a dar nome às cervejas, o que perdura até hoje, inclusive administrado pelos bisnetos de Vossen, e é considerado como um bar dos mais tradicionais em Bruxelas. O ambiente te remete ao passado com os garçons extremamente solícitos caminhando pelo salão e anotando os pedidos. Lá tivemos a oportunidade de tomar uma cerveja artesanal, fermentada na garrafa, tomamos também a cerveja gueuze com o mesmo nome da cervejaria. Essa última, bem diferente, tipo sabor das cervejas “selvagens” que algumas pessoas amam ou simplesmente odeiam. Das que eu tive oportunidade de provar, a mais interessante foi a gueuze a base de pera.
Bar La Mort Subite

Dali partimos para mais uma caminhada que acabou terminando em direção ao super tradicional e imperdível bar Delirium Café com a sua incrível carta de cervejas. Depois que foi proibido o cigarro dentro do bar o ambiente melhorou consideravelmente... A primeira vez que estivemos lá o ar era irrespirável e mal se enxergava o lugar devido à fumaça. Tomamos claro, uma Delirium “on tap” e uma St Feullien grand cru. Estavam ótimas!

Delirium Café
Restaurante La Quinquilarie



Final da tarde, primeiro dia, jet leg, noite mal dormida... Precisávamos entrar no hotel e dar uma descansada para sairmos à noite para jantar. Fomos à um restaurante, o La Quinquilarie. Muito interessante, ambiente, comida e claro, harmonização com a cerveja...Valeu muito a pena! Recomendamos!










                                                                          

Nenhum comentário: