segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Arredores de Bruxelas...Moortgart, Boostels...




















Platão

"Era um homem sábio aquele que inventou a cerveja"
Platão


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Mantendo como base Bruxelas decidimos no segundo dia alugar um carro e tentar conhecer três cervejarias, bem perto uma da outra: Boostels, Moortgart, e Het Anker, nessa ordem.
Mais ou menos meia hora depois, seguindo o GPS, encontramos as primeiras placas da cervejaria...Palm. A Palm é uma das maiores cervejarias familiares independentes da Bélgica. Dizem os críticos que já foi líder de mercado e hoje tenta agradar consumidores casuais que exigem mais doçura e consumidores mais sérios que exigem mais caráter (lúpulo), ou seja bem comercial. Pesado! Como todas as cervejarias, ao lado tem um bar ou uma brasserie que serve as cervejas e com a Palm não era diferente. Apesar de não estar entre as minhas programadas, não resistimos e paramos para conhecer, e não nos arrependemos...




Após o reconhecimento do bar (onde tomamos duas cervejas) fomos até a fábrica do outo lado da rua.
Era mais ou menos 13 horas, e uma moça extremamente simpática falou que estava planejando abrir mais tarde, mas iria abrir a loja e a sala de degustação para conhecermos. Logo depois apareceu um senhor perguntando se iríamos fazer o tour pela cervejaria. Pensei,  e devido ao horário e pelo o que tínhamos programado, agradecemos o tour e ficamos um tempo na loja e na sala de degustação. Afinal, estávamos ansiosos para encontrar com ”Deus”...Karmeliet, Kwak e assim partimos em direção a Boostels .

Dez minutos depois, chegamos e enquanto Claudia me esperou no carro, fui entrando sem encontrar ninguém, até que achei um senhor trabalhando no escritório.  Me apresentei e perguntei pela possibilidade de conhecer a cervejaria. Ele falou que não, só agendando! Perguntei se não tinha uma loja ou um bar para degustar as cervejas e ele falou para eu seguir em frente e dobrar a esquerda...Dei uma volta inteira sem encontrar nada parecido e entrei numa porta branca e dei de cara com um vidro e um atendimento de escritório...Uma moça me atendeu, expliquei que queria comprar algumas coisas e ela me mostrou uma carta que tinha as cervejas com seus respectivos preços. Tudo para viajem...Perguntei se não tinha um bar onde eu pudesse tomar uma no local...ela respondeu que tinha vários,  ali por perto, mas nenhum que tinha relação direta com eles...E os acessórios, copos, placas etc? Ela me mostrou outra carta com os preços dos produtos e  que normalmente eram vendidos apenas para fornecedores, mas abriria uma exceção e que poderia me vender desde que tivesse no estoque, o que não era muito...Meio decepcionado, afinal deveria ter agendado a visita, me culpei e saí em direção a Moortgart...de Deus a Duvel...
Bem perto, chegamos logo na  cervejaria Moortgart, que completou 140 anos de vida em 2011, mantendo-se como uma empresa familiar e carregando uma história  riquíssima que vem sendo construída e passada de geração para geração.  Foi fundada em 1871 por Jan-Leonard Moortgat, descendente de uma família de cervejeiros. Essa cervejaria começou a chamar mais atenção a partir de 1923, quando foi criada a “Victory Ale” para celebrar o fim da primeira guerra mundial.
A cerveja era bastante peculiar e diferente de todas as produções na época. Teve um dia, durante uma degustação na cervejaria, que o sapateiro e amigo da família provou a cerveja e a definiu como o verdadeiro Diabo em forma de Cerveja, surgindo assim a marca “Duvel” (Diabo em flamengo).
Estacionamos o carro em frente a uma casa bonita muito bem cuidada, com uma estátua que depois soubemos que pertencia  a família dona da cervejaria. Fomos entrando e ao avistar a porta da lojinha de souvenirs  tentei entrar e percebi que estava... fechada! Um pouco apreensivo com medo que acontecesse a mesma coisa que tinha acontecido na Boostels fomos caminhando e entramos na sala de degustações que estava aberta, mas não tinha ninguém...passaram-se cinco minutos até que chegou um senhor muito simpático com um uniforme de trabalho e eu perguntei se estava fechado para visitação e ele gentilmente falou que tinha largado o serviço naquele momento, não sabia, mas perguntou se nós não tomaríamos uma cerveja. Enquanto tomávamos uma Duvel, desceu a escada uma senhora que ele nos apresentou como sua chefe. Chegou com um grupo que iria fazer uma visita guiada naquele momento e falou que poderíamos entrar nesse grupo. Só se for agora, pensei eu e no mesmo instante nos juntamos ao grupo...de brasileiros...dez paulistas amigos que uma vez por ano viajam juntos e estavam ali visitando a cervejaria. Imaginei a possibilidade de ser um grupo de argentinos...os paulistas eram bem divertidos e logo nos enturmamos. Após a visita pelas instalações fomos recebidos pelo presidente da empresa, que saiu do escritório para conversar sobre o Brasil, sobre o consumo dessas cervejas fortes no nosso clima e o desejo de entrar de uma maneira mais forte no nosso mercado. Tomamos todas, inclusive as La Choufe (que foi comprada pela Moortgart), à vontade! Já de noite, nos despedimos, e felizes voltamos para Bruxelas. A Het Anker ficou para uma outra vez...
Diretor executivo da Moortgart
Supervisionando a produção
O início do circuito
Nós e os paulistas

Camisa maneira


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