"Vem logo vem curar seu nego que chegou de porre lá da boemia..."
(Martinho da Vila)
Há algum tempo, Claudia e eu conversamos, que poderíamos começar a visitar algumas cervejarias no Brasil, algumas por sinal bem perto de nós.
Enfim num domingo de sol começo de junho, acordamos, tomamos café e decidimos subir a serra em direção a cervejaria Bohemia em Petrópolis.
Enquanto ia pela estrada afora, me ocorreu nos pensamentos algumas curiosidades: a cervejaria Bohemia tem esse nome em homenagem a região da Bohêmia, na República Tcheca, berço da cerveja pilsen? E a palavra boemia? Qual a origem? Palavra essa que inclusive combina com cerveja...
Absorvidos nos meu pensamentos, vitais para os destinos da humanidade , o GPS me guiando, foi muito fácil de chegar ao destino, bem perto do Palácio de Cristal.
Por fora , avistamos as instalações da antiga cervejaria, que não possui estacionamento, mas na rua foi fácil de encontrar uma vaga.
Logo na entrada, tem o bar temático com uma lojinha e fomos direcionados para a entrada da visita.
Chegando a bilheteria, comentei:
- Gostaria de visitar a cervejaria, 2 ingressos por favor!!
- Na verdade, aqui não é cervejaria e sim o museu da cervejaria, me respondeu a atendente com um ar solene...
- Ótimo, quanto é?
Trinta e sete reais e entramos no museu. Guardada as devidas proporções, nos moldes da Heineken em Amsterdam, e lembrando também a Guinness em Dublin, o passeio interativo contando a história da cerveja é surpreendente e interessantíssimo!
No primeiro andar, a história da cerveja de uma maneira geral, seguindo da história da cerveja no Brasil, e a fundação da cervejaria Bohemia, uma das primeiras cervejarias do Brasil, tudo muito bem organizado, ilustrado e bem transado.
Abrindo um parênteses, a cerveja demorou a aportar no Brasil, tendo sido primeiramente trazida pela Companhia da Índias Orientais, no século XVII junto com os holandeses. Com a saída dos holandeses do país em 1654, o produto sumiu por 150 anos, reaparecendo apenas em 1808, quando a família real portuguesa desembarcou no Brasil colônia.
Antes de 1850, pequenas cervejarias surgiram no Rio de Janeiro, São Paulo e no sul do país entre elas a do Henrique Kremer em 1854 em Petrópolis, que mais tarde deu origem a cervejaria Bohemia.
À partir disso, a cervejaria prosseguiu produzindo uma cerveja de qualidade até que em 1960 foi comprada pela Antarctica...
Na época de 1981, a cerveja praticamente somente era vendida em Petrópolis e em poucos bares específicos no Rio de Janeiro o que dava um charme e um toque de cerveja artesanal que naquela época, ainda nem se falava sobre isso. Quase toda quarta-feira junto com um grupo de amigos, nos juntávamos para bater papo num bar no Jardim Botânico, que vendia a cerveja trazida de lá, considerada de alto padrão, inclusive relacionada com a qualidade da água da região...
Em 1998 aconteceu o fechamento da fábrica de Petrópolis. Toda a produção passou para Jacarepaguá. Em 2002, foi lançada a cerveja escura, em 2003 a cerveja de trigo e em 2005 a cerveja confraria, uma cerveja abadia, hoje tudo sob a direção da Ambev.
Na visita em determinado momento é feita a degustação do chopp pilsen, somente comercializado no local (leve, sem compromisso e refrescante) e no final o tour é fechado com a cerveja confraria com seu sabor característico de cravo e no meu modo de ver a cerveja mais interessante de todas.
Ainda existe uma pequena cervejaria funcionando no local, para uma demanda da região e para a observação dos visitantes. Saímos, fomos para o bar, compramos todos os copos específicos para cada cerveja e tomamos mais uma, acompanhado de petiscos para harmonizar. Foi um programão!
À propósito as palavras boemia e boêmia estão corretas e existem na língua portuguesa e significam a mesma coisa, quando queremos nos referir ao modo de vida de um boêmio, ou seja uma vida desregrada, sem preocupações e no dicionário sendo sinônimo de vadiagem, ociosidade...Pois bem, essa palavra veio do francês bohémien. Os franceses usavam essa palavra para designar os ciganos oriundos da Boêmia (região da antiga Tchecoslováquia) que gostavam de festas noturnas, de cantar, dançar, sem preocupação com o dia seguinte...Enfim, tudo a ver!!
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| Entrada da antiga cervejaria e agora museu... |
Logo na entrada, tem o bar temático com uma lojinha e fomos direcionados para a entrada da visita.
Chegando a bilheteria, comentei:
- Gostaria de visitar a cervejaria, 2 ingressos por favor!!
- Na verdade, aqui não é cervejaria e sim o museu da cervejaria, me respondeu a atendente com um ar solene...
- Ótimo, quanto é?
Trinta e sete reais e entramos no museu. Guardada as devidas proporções, nos moldes da Heineken em Amsterdam, e lembrando também a Guinness em Dublin, o passeio interativo contando a história da cerveja é surpreendente e interessantíssimo!
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| O corredor de entrada com as informações interativas |
No primeiro andar, a história da cerveja de uma maneira geral, seguindo da história da cerveja no Brasil, e a fundação da cervejaria Bohemia, uma das primeiras cervejarias do Brasil, tudo muito bem organizado, ilustrado e bem transado.
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| Segundo andar, escritório com objetos e embalagens e rótulos antigos |
Abrindo um parênteses, a cerveja demorou a aportar no Brasil, tendo sido primeiramente trazida pela Companhia da Índias Orientais, no século XVII junto com os holandeses. Com a saída dos holandeses do país em 1654, o produto sumiu por 150 anos, reaparecendo apenas em 1808, quando a família real portuguesa desembarcou no Brasil colônia.
Antes de 1850, pequenas cervejarias surgiram no Rio de Janeiro, São Paulo e no sul do país entre elas a do Henrique Kremer em 1854 em Petrópolis, que mais tarde deu origem a cervejaria Bohemia.
À partir disso, a cervejaria prosseguiu produzindo uma cerveja de qualidade até que em 1960 foi comprada pela Antarctica...
Na época de 1981, a cerveja praticamente somente era vendida em Petrópolis e em poucos bares específicos no Rio de Janeiro o que dava um charme e um toque de cerveja artesanal que naquela época, ainda nem se falava sobre isso. Quase toda quarta-feira junto com um grupo de amigos, nos juntávamos para bater papo num bar no Jardim Botânico, que vendia a cerveja trazida de lá, considerada de alto padrão, inclusive relacionada com a qualidade da água da região...
Em 1998 aconteceu o fechamento da fábrica de Petrópolis. Toda a produção passou para Jacarepaguá. Em 2002, foi lançada a cerveja escura, em 2003 a cerveja de trigo e em 2005 a cerveja confraria, uma cerveja abadia, hoje tudo sob a direção da Ambev.
Na visita em determinado momento é feita a degustação do chopp pilsen, somente comercializado no local (leve, sem compromisso e refrescante) e no final o tour é fechado com a cerveja confraria com seu sabor característico de cravo e no meu modo de ver a cerveja mais interessante de todas.
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| Chopp retirado no local, durante a visita |
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| Degustação e explicação sobre a cerveja Confraria |
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| Instalações da antiga cervejaria |
À propósito as palavras boemia e boêmia estão corretas e existem na língua portuguesa e significam a mesma coisa, quando queremos nos referir ao modo de vida de um boêmio, ou seja uma vida desregrada, sem preocupações e no dicionário sendo sinônimo de vadiagem, ociosidade...Pois bem, essa palavra veio do francês bohémien. Os franceses usavam essa palavra para designar os ciganos oriundos da Boêmia (região da antiga Tchecoslováquia) que gostavam de festas noturnas, de cantar, dançar, sem preocupação com o dia seguinte...Enfim, tudo a ver!!
