“No incêndio de uma cervejaria o malte armazenado foi contaminado por fumaça (em alemão: Rauch). O cervejeiro, muito pobre, vendeu mesmo assim a cerveja produzida com aquele malte, e ao contrário de suas expectativas o produto caiu no paladar dos consumidores, de tal forma que ele continuou a produzir cerveja com malte previamente defumado. (História da cerveja defumada de Bamberg)"
Alugamos um carro em Frankfurt, por sinal não muito fácil, muita demanda e as principais locadoras (Hertz, Sixty, Europcar, Avis) com poucas opções de carros e já com falta de GPS. O planejamento e aluguel com antecedência é o recomendável, mesmo no inverno...Queria ser assim!
Passado o stress inicial, com tudo em cima, saímos de Frankfurt e fomos em direção à Bamberg. Wurzburg está localizado no meio do caminho. Cidade medieval, vinícula, quase totalmente destruída na guerra e reconstruída, e é normalmente a primeira cidade a ser visitada na famosa rota romântica da Alemanha, no trajeto até Munique. Resolvemos passar por dentro e visitar a Residenz, palácio construído no período de 1720 a 1740 principal atração turística da cidade dentro de um parque extremamente bonito no inverno, imagino no verão...
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A fonte congelada no jardim nos fundos do palácio |
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Entrada principal da Residenz |
Uma hora de Wurzburg , fica Bamberg, cidade cidade antiga extremamente bem conservada, situada sobre sete colinas com cerca de 70.000 habitantes com 11 cervejarias. A principal fama da cidade está relacionada à sua riqueza artística e às cervejas defumadas. O grão é aquecido sobre as chamas de lenha de faia que conferem os aromas e sabores característicos da cerveja.
Deixamos as malas no hotel e saímos para explorar a cidade que fica às margens do rio Regnitz e do canal Main-Danúbio. Depois de andar pelas ruas, visitar a catedral fundada em 1004 (!) e passar pela antiga prefeitura que parece se equilibrar às margens do rio, terminamos no bar/restaurante da cervejaria mais famosa da cidade, a Schlenkerla.
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Ao fundo, o canal e o prédio da antiga prefeitura. Show! |
Diz a história da cervejaria Schlenkerla, que entre 1405 e 1615 (!), a casa onde está a taverna foi vendida algumas vezes. Durante a Guerra dos 30 Anos (1618-1648) a casa foi destruída e reconstruída. Os relatórios antes de 1678 são escassos, mas naquele ano a cervejaria foi fundada e daquele momento em diante pode-se encontrar mais e mais informações e algumas podem ser obtidas diretamente no site da cervejaria.
A taverna da cervejaria é grande, na entrada um lugar só para tomar cerveja, mais a frente uma lojinha que vende acessórios, cervejas em garrafa, latas etc e dentro,
vários ambientes, cheios, com muitas mesas, normalmente compartilhadas. Conseguimos o nosso lugar ao
lado de um casal de alemães e pedimos de cara a cerveja tradicional e a de trigo defumada.
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Visão de um dos salões e as mesas compartilhadas |
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Cerveja defumada tradicional
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Para o nosso gosto as
cervejas são muito interessantes, bastante diferentes. A tradicional é mais intensa e se harmonizou
maravilhosamente com a comida pedida, típica da região: ombro de porco defumado
feito na cerveja da casa com batata e chucrute, que foi literalmente devorada!
Fechamos com a rauchbier urbock, com teor alcoólico maior (6,5%), mais encorpada, com uma doçura no final que combinou com a sobremesa, um applelfestrudel com creme que estava ótimo.
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Prato típico: ombro de porco defumado feito na cerveja |
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Não sobrou nada! |
Com uma disposição de guerreiro, saímos dali e fomos para outra cervejaria que fica ao lado, a Ambrausianum. As cubas de fabricação podem ser vistas e é
uma cervejaria mais moderna, foi inaugurada em 2004. Pedimos uma degustação de
cervejas...Dentre elas vinha a rauchbier, fabricada pela vizinha e disparada a mais
interessante...
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Degustação de cervejas da Ambrausianum | | | |
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Noite fria de inverno, voltando para o hotel andando pelas ruas desertas da cidade medieval, depois de muitas informações, boa comida e boa bebida...Sensação única de viajem!!