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Guilherme IV |
“A Reinheitsgebot ( em português,
Lei da Pureza da Cerveja) foi
uma lei promulgada pelo duque Guilherme IV da Baviera, em 23 de abril de 1516. A lei da pureza da cerveja instituiu que a cerveja deveria ser fabricada apenas com os
seguintes ingredientes: água, malte de cevada e lúpulo. A levedura da cerveja não era conhecida à
época.”
Carnaval 2012, recesso no trabalho, encontrar a filha, uma ótima
conjunção de fatos para uma fugida e um tour pela Alemanha e arredores para
explorar cidades, bares e cervejas...
A Alemanha tem mais cervejarias que qualquer outro país, com cerca de
1300 em atividade, dentre essas, várias artesanais.
A cerveja pilsen é a mais popular na Alemanha e responde por 2/3 da
produção, sendo outra grande parte as cervejas a base de trigo.
Não foram as cervejas pilsen que bebemos por aqui no Brasil que
despertaram meu maior interesse pelas cervejas. A discussão qual a melhor: a
que desce redondo, a número 1, a boa, o cervejão chega a ser engraçada, porque
cá prá nós, a diferença é pequena. São todas cervejas leves, para ser educado,
ou aguadas para dar a real. Mas por favor, sem preconceito, cada um que
tome o que quer e curta! E devido ao nosso clima, essas cervejas (com milho e
arroz na sua composição) até que dá para tomar, acompanhando um
churrasco, vendo um joguinho e acabam sendo uma boa companhia sem maiores
pretensões. Dessas que a gente encontra por aqui, as mais interessantes (para o
meu gosto) por serem mais encorpadas e com gosto mais forte, são as cervejas
chamadas ”puro malte” (que nem sempre são) ou "premium" e podemos
citar como exemplo a Bavaria Premium, a Kaiser Gold, Antarctica Original, Cerpa
export etcetc...
Portanto saímos daqui com o objetivo de experimentar as “german pilsen”,
as de trigo e também de ir até o berço original da cerveja pilsen, na
cervejaria Pilsen Urquel em Pilsen, na República Tcheca.
Chegamos na Alemanha por Frankfurt, e apesar de não conhecer, resolvemos
pernoitar apenas uma noite na cidade para seguir no dia seguinte, mais ou menos
o roteiro inicial que planejamos: Bamberg, Chodová Planá, Pilsen, Regensburg,
Munique...
O cenário predominante de Frankfurt, logo que se chega, são os
grandes e modernos prédios empresariais e bancários e ruas movimentadas, ou
seja por isso mesmo com todas as características de uma cidade grande (apesar
de nem ser tanto assim, com cerca de 700.000 habitantes).
Assim que chegamos, deixamos as malas no hotel e partimos para
Romerberg, no centro histórico da cidade com bonitas casas em taipal (com
madeira aparente) reconstruída em 1986 de acordo com os planos originais, já
que foi totalmente destruída na guerra. Demos a volta pela praça, (onde fica a
prefeitura), entramos nas lojas de souvenirs, passamos pelo antigo posto romano
(em ruínas), atravessamos a Holbeinsteg, a ponte suspensa por cabos de aço,
sobre o Rio Meno, que a exemplo de algumas pontes da Europa, possui alguns
cadeados pendurados pela ponte firmando o compromisso dos casais...
Final da tarde, paramos no restaurante/ café Hauptwache que
já foi quartel policial e prisão, construída em 1671. Desde 1904 funciona
um café. Bem bonito, perto da rua de pedestres onde tem um comércio intenso com
as principais lojas que encontramos na Europa. Curiosamente, a bebida
típica de Frankfurt não é a cerveja, mas sim a cidra, ou vinho de maçã
(äpfelwein). Bem enjoativo! A cervejaria maior e mais conhecida em Frankfurt é
a Binding.
Conrad Binding foi o fundador em 1870, aumentou a produção e levou a
cervejaria para o lugar atual no subúrbio de Frankfurt.
Tivemos a oportunidade de provar a Schofferhofer que foi comprada pela
Binding em 1921. Tomamos uma clara de trigo não filtrada, bastante frutada
(banana e cravo) que me agradou bastante, e uma dunkles (cor de cobre) também
de trigo, não muito encorpada bem menos interessante que a primeira.